quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Sessão cinéfila: Kites (Bollywood em alta)


Sempre meus pais comentam da alta dose de criticidade em relação à produções cinematográficas que corre em minhas veias e eu não posso negar que realmente tenho. Sempre me pego comentando demais sobre algum filme em seus mínimos detalhes e sinto em alguma das vezes a vontade de tomar a cadeira do diretor ou de estar ao lado do roteirista quando este está escrevendo. Da mesma forma também gosto de elogiar boas produções, e quando uma é muito boa eu quero que o mundo todo assista e quero que todos possam ter a mesma percepção que tive! Me abala os nervos e posso ficar uma semana inteira pensando sobre o quanto aquele filme foi mal feito ou quantas vezes mais vai ser necessário eu assistir aquele outro para absorver ao máximo a mensagem que está sendo passada.
De fato, minha paixão é me deliciar em frente a telona ou a telinha e então tenho que assumir: realmente eu gosto de filmes, sou cinéfila!!! 

Levando em consideração essa minha paixão e sensibilidade e percebendo que os blogs em geral são locais de variedades...inauguro então a SESSÃO CINÉFILA neste humilde cantinho cheio de mim. Por algumas vezes escrevi sobre alguns filmes no facebook e a medida que for me lembrando tentarei reportar para cá, assim como começarei também a escrever aqui sobre os próximos filmes marcantes (ou não) que eu vier assistir de agora em diante. (:

Pra iniciar a sessão falarei sobre um que assisti a exatamente 30 minutos atrás: Kites onde lê-se: filme indiano/passado nos EUA/drama/atriz principal uruguaia fazendo papel de mexicana/galã indiano/trocentos idiomas/drama/litros de lágrimas artificiais/ muitos beijos a la dramaturgia mexicana/drama/trilha sonora exótica/caras e bocas/2 horas de tudo isso junto e misturado.


Parece que Bollywood - que pra mim já ultaprassou a léguas Hollywood - quer a todo preço invadir o mercado latino-americano, nem que pra isso seja necessário exagerar um pouco mais nos seus roteiros que por natureza já muito exagerados....e envolventes. 

O filme cujo título original significa em português "pipas" (alguém me diz por que?) é um filme indiano/norte-americano que consegue de uma única vez unir: drama, ação, romance, comédia e suspense. 

Começa em Las Vegas onde J(ay) é um dançarino indiano tentando fazer sucesso e ter fama. Logo no inicio conhece Gina, filha do poderoso Bob, dono de um grande cassino na cidade da diversão. Ele assume um relacionamento com ela (cuja aparição no filme é minima) por conveniência e integra-se à família. Tudo está indo tudo bem até aparecer a misteriosa Natasha (Linda), uma mexicana (uruguaia) que não fala nada de hindí e de inglês mais que é muito bela. Ela até então cunhada de J se envolve com ele em um amor a primeira vista (que na verdade é a segunda) e o filme de desenrola a partir desta trama, deste amor proibido onde em um certo momento têm que fugir do Tony (noivo de Natasha) que os perseguem em uma corrida frenética por todos os EUA e deserto mexicano.

Uma miscelânea explosiva de um espanhol cativante, um hindí carregado e um inglês beeem indiano. Ah, também há uma trilha sonora fora de série com direito a salsa, música ranchera  mexicana e música indiana da pesada!


Muitas vezes parece confuso e você se perde entre a ordem de acontecimento das coisas, mas isso tudo é proposital e isso fica tão claro e escrachado que chega ás vezes a te dar nos nervos. Outro ponto negativo é o excesso de cenas de chuva (é, eu tenho pavor a cenas com chuva por que pra mim só me remete à falta de criatividade quando se quer dar um toque mais especial a alguma cena). Além disso no filme cabe todos os clichês possíveis em uma película: o amor proibido, o amor a primeira vista, a vingança do corno, a família marfiosa, a dança na chuva, a latina sensual...mas isso de certa forma, tem sua magia.

O interessante é que apesar do romance insosso e da soma explosiva do drama indiano e do drama mexicano, algo ali te prende pra saber do final. E, o que me deixou encabulada é o fato de ser um previsível imprevisível. Uma sensação parecida a que sinto quando assisto aos filmes antigos do Jackie Chan...clássicos!


 Enfim é um filme entupido de dramas, de final em cima de final, de surpresas, de forçação de barra, muita beleza humana (quase desumana) e paisagens deslumbrantes ..



Já conhecia um pouco da fama dos filmes indianos, mas esse se supera em todos os possíveis clichês e excesso de drama. Mas ainda assim surpreende!
No final das contas não tenho um juízo de valor definido. Pelo meu gosto pessoal diria que é exacerbado, e até um pouco ridículo. Mas vou colocar na balança a fotografia perfeita, a sofisticação técnica a boa atuação dos protagonistas e o fato de que algo no filme lhe prender no sofá. Também vou contar com a minha imparcialidade e por isso vou dar alguns pontos ... aí já posso dizer que não é tão ruim nem é bom, é no mínimo interessante e curioso! É a figuração do que é o cinema indiano querendo entrar na Latino América, é o exalte à diversidade cultural, é a figuração da globalização  e por isso vale a pena assistir! 


   
                                                   Cena da dança na chuva


                                            Drama indi-mexicano (explosivo!!)



                       Os belos protagonistas: Linda (Barbara Mori - Uruguai) e Jay (Hrithik Roshan - Índia)



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