Inspirada no texto "Receita de Ano Novo" de Carlos Drummond de Andrade:
2013
Não ia escrever nada sobre o fim de ano e as boas vindas à
2013. Não me interessei em momento nenhum a escrever aqueles clichês de sempre:
" muita paz, prosperidade, saúde e tudo de bom!!"
Pois quem bem me conhece, sabe que odeio clichês.
Mas algo maior me 'forçou' a no mínimo escrever esse par de
palavras, que pra mim são as que realmente valem!
OBRIGADA (a Deus antes de tudo por nunca me abandonar/
àqueles que eu conheci esse ano e me trouxeram um pouco de luz/ àqueles que me
permitiram conhecer mais a fundo e ir além do olá e tudo bem?/principalmente
àqueles que nunca deixaram de estar comigo, em especial à minha família/aos momentos difíceis que nesse ano foram muitos/mas
também às oportunidades de conhecer novos lugares, de fazer o novo ou de ao
menos tentar) e;
FORÇA (força para fazer o próximo ano melhor do que esse/
para ir além/ para conquistar novos objetivos e novas metas/para conhecer mais
novos lugares e novas pessoas/ força para ser feliz)...
E hoje eu uso as cores que eu quiser e escrevo como
vier...sem convenções, sem hipocrisia, sem clichês...
Sem medo de ser do jeito que sou.
E assim prossigo ao próximo ano, e apenas isso desejo a
todos: que vocês também sigam assim: Sendo quem são, com gratidão e força!
Feliz 2013! ;)
~
RECEITA DE ANO NOVO
Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)
Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.
Carlos Drummond de AndradePara você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)
Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.
2013