Quero minha insanidade, meu ritmo, minha raiz indígena.
Quero minha pele vermelha, e a lingua espanhola.
Não quero esconder-lhes a minha forte cultura, suplantanda em uma falsa lusitanidade e a identidade sub-europeia.
Não quero o estilo de vida, consumista, vertiginoso, egoísta, capitalista.
Quero minha Latinidade.
Quero revelar meu "bailar de caderas", e colecionar músicas da Colômbia.
Quero ser militante, respirar a libertácion, a alma de negra que dança como flamincos.
Quero sentir-me um pouco cigana, um pouco espanhola, um pouco índia e um pouco árabe.
Quero viver um tempo a Amazônia em e respirar um "rato" Machu Pichu.
Ter a pele queimada no sol do sertão, e caminhar em La Puna do Atacama.
Sentir-me quente, sentir-me livre, sentir-me ao extremo ao som dos tambores.
Quero minha Latinidade.
Quero sentir meu sangue vermelho, amarelo, azul verde, uma multidão de cores que pulsa debaixo de um céu de bandeiras.
Quero embaixo de um céu estrelado em uma playa Venezuelana qualquer, lembrar no orgulho de termos coisas bobas, coisas bonitas;
O futebol, o carnaval boliviano, o folclore, bumba meu boi, a festa del joropo, dançar o joropo, o samba, o tango.
Dançar rumba, ouvir histórias, acreditar em um curandeiro ou conviver com um "chico" em Boca Chica.
Quero respeitar a natureza, fazer parte dela, imprensa-la como tatuagem em minha pele.
Reconhecer à America o presente que ela nos deu, os rios, a flora, a fauna, as riquezas naturais e o resquício de senso de preservar tudo isso.
Ter orgulho de ser uma mistura, aprimorar meu português, esse errado, esse abrasileirado.
Ser mística, ser mistério, ter o corpo como um templo. Ser latina.
Falar o que quero. Quero ir ao México.
Percorrer destinos distintos, regiões inóspitas, mas passar feliz por São Paulo, por Buenos Aires, Santiago.
Em São Paulo quero ter a moda aos meus pés, bem nos pés porque no coração ainda pulsará a minha Latinidade, que me permite ser como quero ser,
Que me permite usar um chapéu de couro, tecido barato, colares de contas, tranças.
Quero ouvir mais, muito mais de Shakira, La India, Caetano Veloso, Juanes, Maná, Orishas...quero mover-me a esses sons.
A Deus eu peço, que esse povo permaneça com o orgulho latino no olhar e com um subvertida força tropical...iente.
Quero percorrer milhares de milhas, parar em uma estrada qualquer, subir uma montanha ali.
Um poema a mais escrever, um poema a mais chorar.
Uma canção de guerra, uma canção de mar...
Quero minha Latinidade.
[tinha muito mais para escrever, nós latinos somos muitos ricos.]