Hoje um dia excepcional. Me reencontrei com um sonho que bateu tão forte no peito que doeu. Vi alguém em desespero por ter feito uma escolha que não era do seu grado. Vi um coração quebrado. Vi uma ferida começando a ser sarada em mim.
Hoje no ônibus a caminho do trabalho, ri quando me achei divertida ao me sentir sozinha, ri porque no fundo sabia que estar sozinha não era nada divertido. Ainda assim me achei divertida e engraçada por perceber o quanto sou influenciável por mim mesma, por minhas persuasões e conclusões equivocadas, ainda que eu tenha essa noção. Não posso mais confiar em mim mesma.
Também pensei em o quanto é engraçado como nos somos capazes de alterar todo o curso de um rio por sofrer, como podemos considerar que tudo é o fim do mundo ao achar que vamos perder algo que tanto querermos. E às vezes o que queremos é amar.
Uma vez ouvi que só corre com tesouras quem quer se machucar, mas acho que não talvez não seja bem assim. E se você gostar tanto, tanto de tesouras? E se talvez se você ainda não souber que tesouras machucam tanto assim? Ou se você estiver tão obstinado em correr que não consiga perceber que esta com as mãos sangrando? E então porque não andar com tesouras?
Hoje comparei o correr com tesouras, com amar.
Amar machuca, e machuca por consentimento nosso, só nosso. Porque quando se ama somos uns cegos, inúteis, imprestáveis, inocentes, e acreditamos que pode ser real, pode dar certo, e, equivocadamente nos alimentamos da gana de fazer de tudo, tudo e por tudo...pra ter quem se ama;
E mais uma vez ri por me lembrar que já amei assim, não uma duas ou três vezes, mais várias. E hoje ainda estou sozinha.
Me perguntei se é válido passar por tudo isso uma vez que se percebe e que se conforma com a idéia de que amar é uma droga. Perguntei por que nos maltratamos tanto somente por um abraço mais apertado, por um beijo molhado?
Esse conhecimento pra mim ainda não é sedimentado.
E hoje, um coração partido foi suficiente para me fazer perceber o quanto somos capazes sim de nos maltratarmos por outro alguém, o quanto somos vulneráveis às tesouras, mesmo quando sabemos que elas podem cortar.
E talvez, mesmo depois de sabermos tanto o perigo que as tesouras trazem, ainda queremos, pois elas podem ser úteis, podem te trazer o sentimento de hostilidade, de orgulho por poder mostrar aos outros que agora você tem o que sempre queria. E se sofrermos; tudo bem, pelo menos não vamos culpar outros por isso. Se no apaixonarmos demais, bom, a culpa é deliberadamente nossa e só. Não vale culpar ninguém... Talvez. Pra mim ainda não é claro, mesmo depois de ouvir atentamente esse coração partido, o porquê queremos tanto cair no amor, nos ferir. Amar realmente não é uma droga?
Se pudéssemos correr sem tesouras, se pudéssemos escolher não amar...mas é impossível.
Mas pensando melhor: ele, o amor, também se manifesta de outras formas, através dos eternos ou excêntricos amigos, das pessoas inesquecíveis que nos emociona ao compartilhar algo importante de sua vida conosco. Esse coração partido é pra mim uma dessas pessoas, e ao vê-lo ali em minha frente se estraçalhando mais ainda ao compartilhar seu momento doloroso..ops amoroso, pude perceber a sutileza da vida me vencendo em uma pegadinha paradoxal.
É que esse mesmo coração partido, hoje também estava me trazendo um sentimento especial, que veio com brisa de primavera. Estava me ensinando algo. Me fez considerar que talvez o amor não seja tão ruim assim... Ao estar ali falando do amor, o personificado, e tomando raiva desse egoísta, percebi que eu estava amando, amando e sendo amada. Estava eu ali recebendo e doando flores, amando quem realmente merecia e ei, o amor não é tão ruim assim!
As pessoas que merecem nosso olhar, nossa atenção, nosso desprendimento de fôlego, nelas o amor também se manifesta. E quando percebemos isso, podemos chegar mais perto da janela que nos faz ter a visão da simples beleza da vida. Um toque, uma palavra, um olhar e tudo feito. Sem abraços mais apertados e sem um beijo molhado, o amor também tem essa carapuça. O amor de um amigo, de um irmão, ainda mesmo aquele amor pelo seu pai, aquele amor que é “pirado” e te faz desobediente, resistente que teima em se emburrar e se fazer de durão. Esse amor é menos complicado e mais divertido. E esse amor nos fortalece para quando estivermos enlaçados em um "romance", em uma paixão que pode machucar.
Então concluí, ei Camila, aí vai um remédio para as decepções amorosas, os amores não correspondidos, à solidão: Ame quem merece, esqueça sem mágoas quem te fizeram amar e te fez sofrer, mesmo sem saber, ensine isso a um coração partido, doe flores doces, adestre-se a correr com tesouras por alguém que mereça e então já me sinto menos sozinha.
Mas pensando melhor: ele, o amor, também se manifesta de outras formas, através dos eternos ou excêntricos amigos, das pessoas inesquecíveis que nos emociona ao compartilhar algo importante de sua vida conosco. Esse coração partido é pra mim uma dessas pessoas, e ao vê-lo ali em minha frente se estraçalhando mais ainda ao compartilhar seu momento doloroso..ops amoroso, pude perceber a sutileza da vida me vencendo em uma pegadinha paradoxal.
É que esse mesmo coração partido, hoje também estava me trazendo um sentimento especial, que veio com brisa de primavera. Estava me ensinando algo. Me fez considerar que talvez o amor não seja tão ruim assim... Ao estar ali falando do amor, o personificado, e tomando raiva desse egoísta, percebi que eu estava amando, amando e sendo amada. Estava eu ali recebendo e doando flores, amando quem realmente merecia e ei, o amor não é tão ruim assim!
As pessoas que merecem nosso olhar, nossa atenção, nosso desprendimento de fôlego, nelas o amor também se manifesta. E quando percebemos isso, podemos chegar mais perto da janela que nos faz ter a visão da simples beleza da vida. Um toque, uma palavra, um olhar e tudo feito. Sem abraços mais apertados e sem um beijo molhado, o amor também tem essa carapuça. O amor de um amigo, de um irmão, ainda mesmo aquele amor pelo seu pai, aquele amor que é “pirado” e te faz desobediente, resistente que teima em se emburrar e se fazer de durão. Esse amor é menos complicado e mais divertido. E esse amor nos fortalece para quando estivermos enlaçados em um "romance", em uma paixão que pode machucar.
Então concluí, ei Camila, aí vai um remédio para as decepções amorosas, os amores não correspondidos, à solidão: Ame quem merece, esqueça sem mágoas quem te fizeram amar e te fez sofrer, mesmo sem saber, ensine isso a um coração partido, doe flores doces, adestre-se a correr com tesouras por alguém que mereça e então já me sinto menos sozinha.
28 de agosto de 2010.