sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Qual é a hora em que aquele antigo sonho vem a tona?

Nunca soube, mas sempre esperei.

Acredito que sobrevivi aos 6 anos mais angustiados da minha vida desde então, anos onde o meu sonho foi enterrado e o tanto que me faltou de lucidez, me sobrou de insatisfação. Anos em que fui arrastada pelas circunstâncias dia após dia à um futuro politicamente correto, bem sucedido, terreno.

Têm sido anos de aprendizado, de autoconhecimento...Necessários, não tenho dúvidas. Mas sempre houve algo lá dentro escondido debaixo da minha pele que grita, que arde...que reluta para sobreviver, que instiga em ser lembrado. Esse algo é o meu antigo sonho, aquele que sempre me fez suspirar e olhar para os céus.
Um dia desses parei para me admirar o quanto tenho sido forte em resistir a esse belo mostro que vive dentro de mim, como macaco que resiste a bananas, rs. Tenho feito um esforço hercúleo toda vez que vem lá de dentro uma pontinha de alegria, uma fresta da familiar sensação de liberdade, da alegria infinita toda vez que entro em um aeroporto ou vejo alguma matéria sobre aviação civil.

É engraçado porque às vezes chega a ser um pouco masoquista: ama com fervor, mas rejeita o que ama.

Ora, mas então se quer trabalhar com a aviação, vá! Porque ficar aí sofrendo desiludida?/Se é o que você gosta então corra atrás!
Mas sempre a voz do lado contrário dizia: ainda não é tempo.../Como?/Precisa de muito dinheiro/Termine a faculdade!/Siga a carreira na administração mesmo, Camila!/É difícil!/ Você não nasceu para isso./Tem que ser muito bom para isso.


Durante esses últimos anos e primeiros da minha juventude o qual me trancafiei numa universidade pública, me entreguei de corpo e alma à um estágio e depois trabalho na área, jurei de pés juntos que o meu antigo sonho era bobo, mirabolante demais (apenas um sonho). Mas, no fundo sempre soube que essa é a minha sina, o meu sonho, meu destino. E diante de todos os gigantes como o medo, a sensação de não pertencimento, as dificuldades, a insegurança eu sobreponho os meus olhos para aqueles outros gigantes que ficam estacionados no pátio, toda vez que eu passo horas e horas no mirante do aeroporto, só porque me deu vontade de ir.


Há quem me ache maluca, ou apenas uma mulher com ambições de criança que ainda não acordou para a realidade, mas só eu sei o que se passa aqui dentro. Sempre senti predestinada a isso e pensando bem, não é impossível.

Hoje já não gasto meus minutos pensando tão alto e utopicamente em ser comandante de uma grande companhia aérea (não de início), mas sim nas maneiras práticas e palpáveis (acho que a graduação em administração valeu de alguma forma, me deu esse senso de disciplina, planejamento e pensamento à longo prazo, rs). Ingressar ainda esse semestre no curso de graduação em Ciências aeronáuticas, iniciar trabalhando no aeroporto, talvez seguir como comissária, e por fim, ‘chegar lá’.

Pode ser difícil, pode ser grande, assustador, dispendioso, mas não é impossível. Cada vez mais me dou conta disso. E eu estava em casa na internet pesquisando cursos de pós-graduação quando de repente entrei no site de uma escola de aviação com o seguinte aviso: Matrículas Abertas! Curso de Agente de Aeroporto!. E um mar revolto se volveu dentro de mim trazendo todo o sonho a tona de volta e disse: Peraí, porque não? Você terminou a faculdade, tem mais maturidade e gana que outrora, está sóbria de novo... Essa é a hora de realizá-lo!

E essa foi a hora que o sonho veio a tona novamente,

...e dessa vez esperarei até a eternidade só para ver ele se cumprir.


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